20 de janeiro de 2012

PRECONCEITO






                                  PRECONCEITO


     Hoje gostaria de falar sobre preconceito racial, e olha que eu acho isso uma barbaridade, pois isso é sempre meio que "SEM QUERER".
     -Ele falou isso mas... foi sem querer, não sabia que iria te magoar... foi sem querer. É Sempre, sem querer.


     Você não sabe mas ele está ali entre as roupas que vestimos todos os dias.


     É INVISÍVEL, tem cheiro de nada. É como se fosse uma caspa que somente as outras pessoas enxergam. O teu, o MEU preconceito fica guardado nas caixas das coisas ditas, vistas e ouvidas, em casa, na IGREJA, na rua e no trabalho.


     Falo por mim mesmo, escondemos por vergonha. Ou o que é ainda pior, nos recusamos a acreditar que ele EXISTE.


     Até o momento em que o preconceito vai saindo sem querer da caixa, de forma beeeem sutil.


     Foi o que aconteceu em S. Paulo. Quando uma família de TURISTAS, espanhois interrompeu as férias para fazer uma acusação de racismo em uma delegacia paulista.


     A família estava almoçando numa cantina italiana no bairro do Paraíso, quando ocorreu este fato inesperado.


     Logo depois que deixaram a mesa para se dirigir ao buffet, notaram rapidamente que seu filho de 6 anos sumiu.


     Indicados pelos clientes da CASA, foram para a rua, onde encontraram o FULANINHO sozinho, aos prantos. Este fulaninho, é filho adotivo do casal, é NEGRO e nasceu na Etiópia. 


     O pequeno fulaninho estava usando roupas caras, até uma camisa oficial do Barcelona (ainda bem que não era do inter hehehe).


     O menino contou (chorando) que foi pego pelo braço por 1 homem e colocado para fora do restaurante.


     Os policiais que estão com o caso dizem que o fulaninho foi vitima de um "constrangimento" ilegal crime que consiste em constranger uma pessoa, sob violência ou grave ameaça. ou SEM QUERER reduziram o fulaninho, por qualquer outro motivo.


     Então eu pergunto: "Sera que teria havido o mesmo constrangimento se o fulaninho fosse loiro, de olhos claros?".


     Sobre a investigação, tenta-se esclarecer este ponto.
     O Artigo 140 Do Código Penal Brasileiro descreve o que aconteceu no restaurante, como recusar atendimento ou impedir acesso a locais públicos, como injúria racial. Pior que a pena nos dois casos é levinha: Três meses de prisão ou uma multinha qualquer.


     Numa explicação formulada com um BOM advogado, o restaurante contou um papo beeem diferente. Falaram que o menino só foi abordado porque os funcionários ficaram preocoupados com a segurança. Na versão do restaurante, ele estava de pé, andando entre os aquecedores a gás, o que provavelmente poderia causar um acidente.


     Como o fulaninho não fala nada de português, não pôde compreender o que lhe falavam e se mandou por conta própria.


     Eu que sou leigo, acredito que isso teria mais credibilidade se todos os filhos que frequentam esta cantina (onde adultos e crianças confraternizam em torno de pratos variados de massa, carne e pizza) fossem levados para rua, sempre que passassem perto de algum aquecedor fumegante para pegar um prato de espaguete.


     Esta barbaridade só chegou na delegacia graças a intervenção de uma tia-avó do fulaninho, Aurora Costales de 77 anos. Esta tia-avó ao tomar conhecimento do que se passara, voltou ao restaurante em companhia de sua sobrinha, Cristina (mãe do fulaninho). 


     Ela cobrou explicações na frente dos clientes da casa e se retirou somente para ir a uma delegacia de policia. Mas Antes um parente dos proprietários admitiu ter levado SEM QUERER o fulaninho para fora.


     Este parente disse: Como em outros restaurantes, aqui também costumamos impedir a entrada de meninos de rua, coloquei ele para fora sem querer ofender a família ou até mesmo o garotinho, achei que era um menino de rua e coloquei para fora, não querendo constranger os clientes da casa.


     Eu mesmo, passei inúmeras vezes por isso, em Teotonia um rapaz falando em alemão, não queria me atender e ligou para minha empresa, querendo certificar-se se tinha uma pessoa como eu trabalhando na cidade. Eu não dei a minima pra isso.


     Almoçando com os jovens, uma maninha disse: -Você deve saber o que é passar por preconceito (e olha que eu sou moreno jambo hehehe), as pessoas sofrem, disse ela. Todos riram depois disso, eu também achei graça, e acho quando isso acontece comigo.


     Eu sei que foi sem querer e não guardo rancor por isso. Mas o fulaninho...


Um comentário:

  1. Muiiiito bom rodrigo!
    Fiquei sabendo disso também.
    Gostei da materia
    muito bom!

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